28 junho 2007


Nada mexe com Lula



Parece inacreditável, mas parece que, quanto mais apanha, mais cresce o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há pelo menos seis meses, não há um só dia sem que a mídia pegue no pé do presidente, de seus ministros e de ações de seu Governo, para não falar nos seus aliados políticos. Começou com o anúncio do Governo de coalizão, foi adiante com a composição do ministério, bombou com Vavá, o primeiro irmão, tentou pegar o segundo, o frei Chico, resvalou pela Gautama, foi à glória com a frase da ministra Marta Suplicy, tentou fazer o mesmo com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e culminou com a nova crise do setor de transporte de passageiros.Pois bem. O Instituto Sensus, trabalhando para a CNT, divulgou a última pesquisa que fez para avaliar o presidente, o desempenho do Governo e outras coisas mais. Resultado: 64% dos entrevistas aprovam o desempenho do presidente Lula, um pouquinho mais do que a pesquisa de abril (63,7%), mas, como a variação é de 3%, quer dizer que de pouco ou nada adiantou a campanha de boa parte da mídia contra Lula e o seu Governo. O que deveria levar uma boa parte dos editores brasileiros a uma reflexão: de que vale a mídia, qual a sua contribuição para a melhor informação da população?Certamente, não haverá reflexão alguma. Já não houve na última eleição, quando o mesmo fenômeno aconteceu. Boa parte da mídia tomou posição em favor de Geraldo Alckmin e, ao final, o presidente Lula obteve 60% dos votos, derrotando não apenas o candidato do PSDB-PFL mas todos os que com ele estiveram. Nesse momento, seria recomendável que os editores e proprietários de veículos de comunicação dessem uma parada para repensar sua posição diante do país que emergia das urnas. Ninguém parou nem repensou coisa alguma. Pelo contrário, insistiram no erro. Não faz mal algum bater nos Governos. Eles estão lá, entre outras coisas, para isso. A imprensa não comete nenhum pecado ao apontar, com serenidade e firmeza, os seus erros. Nem está fazendo nada de errado se mostra os malfeitos dos governantes. Mas há uma diferença enorme entre fazer isso e tomar partido contra ou a favor. Até porque, ao tomar partido, a mídia não apenas deixa de cumprir seu papel, de informar com segurança, como se isola do restante da população que não vê nela a sua melhor representação. Foi o que aconteceu nas eleições presidenciais passadas e é o que está acontecendo agora. Ninguém, numa democracia, está livre de críticas. Muito menos os governantes. Eles trabalham com o dinheiro dos impostos pagos pela população e exercem, os que têm mandatos, uma representação que lhes foi dada pelo voto do cidadão. Não pertencem a si mesmos, senão à coletividade. E por isso, mais do que os outros, eles estão expostos à vigilância da imprensa, que, por sua vez, tem uma espécie de delegação do leitor para cumprir esse papel. Erram, contudo, os meios de comunicação quando se esquecem de que essa delegação deve ser exercida com equilíbrio e serenidade, o que não elimina a hipótese do rigor. Mas alguma coisa está errada mesmo é quando se percebe que o papel dos meios não encontra correspondência na delegação outorgada.Foi o que aconteceu nas eleições passadas e é o que está acontecendo agora. No ano passado, o resultado das eleições mostrou a distância que separa a mídia do povo. Agora, é o Instituto Sensus que confirma esse distanciamento, e isso não é bom. Não é bom para a democracia, pior ainda é para a mídia. De forma que o resultado da pesquisa deveria produzir uma boa reflexão nos editores e proprietários de veículos de comunicação, sobretudo nos que tomaram posição política - o que não é o caso de todos. A menos que queiram, estes, continuar na contramão da realidade expressa, primeiro, nas urnas e, agora, na pesquisa. É uma opção, sem dúvida. Mas tem seus riscos!

Um comentário:

Anônimo disse...

LULA É A NOSSA MASSA DE BOLO. INDESTRUTIVEL!!!!!!!