11 setembro 2007

11 de setembro

Foi uma manhã absolutamente normal de aula em minha escola aquele 11 de setembro de 2001. No recreio, quando os aviões já tinham atingido as duas torres, as conversas de sempre entre os professores.Só soubemos ao meio-dia, na saída do turno. E através de alunos que não estavam na escola. Não sei dizer se eram ex-alunos, alunos do noturno ou eventuais gazeteiros. Só sei que vieram até nós em busca de comentário de notícias que ignorávamos.Esse fato sempre me incomodou: a vida (e a morte) rolando fora dos muros e nós... “seguindo o livro didático”. Chegava a brincar com os alunos que qualquer dia acaba o mundo... e nós não ficaremos sabendo.


Outro 11

“Aquele 11 de Setembro amanhecera com céu claro, sem nuvens em toda a cidade. No entanto, seus milhões de habitantes, já a caminho do trabalho, ou ainda em suas casas, ao ligarem o rádio ouviam anunciar que chovia muito na cidade. Chovia, insistia o que mais tarde revelaria-se um alerta cúmplice e desesperado.

Em meio aos avisos das rádios, e como que para colaborar ainda mais com o caos que se estabelecia, das ruas ouviam-se explosões, gritos, sirenes... Terror! Uma enorme onda de medo e pavor rapidamente tomava conta de todo um país. Nas ruas, nos lares, nas praças ou nas escolas, em lugar algum seus habitantes sentiriam-se seguros.

Em pouco tempo, milhares, de diferentes nacionalidades, eram mortos. Assassinados. Covardemente assassinados pela intolerância e brutalidade, que os surpreendia no país em que nasceram ou escolheram viver.

Não eram vítimas inocentes. Eram milhares de culpados, e por isso morreram. Culpados de coragem. Culpados de sonhar. Culpados de lutar.

Naquele 11 de Setembro de 1973, chovia sobre Santiago do Chile.”



Nota: O 'aviso de chuva' nas rádios de Santiago alertando a população para o início do Golpe Militar, que com o apoio dos Estados Unidos derrubaria o governo socialista de Salvador Alende realmente aconteceu, e é retratado no filme ' Il Pleut Sur Santiago '.

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