25 setembro 2007

Carta ao governador

Livros didáticos que não vão além de retratar a história oficial são tolerados. Se se aventuram a questionar a lógica dessa história, são raivosamente combatidos. O editorial da Gazeta deste domingo dá o tom do debate.

Penso que é preciso reagir. Solidarizar-se com os autores desses livros. Especialmente com o Gilson José Caetano, que a Gazeta desdenha tratando-o como o professor que "leciona numa escola do município de Turvo". Penso que os educadores, comprometidos com uma aprendizagem que vá além de retenção de conteúdos a serem repetidos nas provas, devem reagir. Penso que o Governo Requião que se diz de esquerda, "e não de centro-esquerda" como fez questão de insistir em seu discurso de posse, deve reagir.

Proponho que o oito de outubro possa ser marcado como um dia de reação a esses ataques da Globo e afiliadas. Penso que precisamos mostrar a cara, que somos de esquerda sim, que queremos uma Educação que questione essa realidade que insistem em fazer crer que é definitiva.
Sugiro que o oito de outubro possa ser um dia de "estréia" dos tvs 29 que o Maurício tanto apregoa. Com essa tecnologia seria possível que toda escola realizasse uma mesma atividade de reflexão sobre um filme, por exemplo. E uma sugestão de filme poderia ser o "Diários de Motocicleta". Em homenagem ao Che, sim! Para resgatar na piazada e meninada os valores da solidariedade, do ser verdadeiro até às últimas conseqüências, do não ser babaca e questionar o senso comum, de profundo amor pela humanidade... Acho que daria um grande dia de debate. Aos professores que tivessem mais dificuldades ou pruridos ideológicos em puxar essa discussão, podia ser produzido um roteiro de trabalho.

Enfim, uma reação a essa nova ofensiva do conservadorismo no front da luta de idéias entre status quo e o esforço por mudanças, agora no terreno dos textos didáticos e dos métodos de ensino em geral no sistema público. Uma reação à investida da direita que receia que os espaços democráticos propiciados pelo advento do Governo Lula/Requião sejam cada vez mais ocupados pelos defensores da transformação social.

Um abraço!

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